Exercícios Direcionais de Tronco – uma das melhores atividades para pessoas com Hérnia de Disco

 


 

 

 

 

A dor na coluna lombar com irradiação pela coxa ou perna pode indicar a presença de hérnia ou protrusão discal. Independentemente disso, as avaliações realizadas por um Fisioterapeuta podem identificar os indivíduos que terão significativa melhora com seu tratamento. Quando é identificada a presença de uma “Preferência Direcional” na avaliação, pode-se indicar exercícios direcionais de tronco com uma alta possibilidade de melhora do paciente.

 

 

exemplo de um exercício direcional de tronco inicial -

existe grande variedade de possibilidade e sua indicação,

realização e dosagem devem seguir orientações do Fisioterapeuta

 

 

 

A presença de “Preferência Direcional” (PD) é um forte indicativo do potencial de melhora. Preferência Direcional é o termo utilizado quando o paciente com dor lombar ou ciática apresenta melhora de seus sintomas após realizar repetidos movimentos de extensão, flexão ou lateralização do tronco. Essa melhora pode vir tanto na forma de uma diminuição da intensidade da dor, como na centralização desta (ou seja, ela some das áreas mais distais, como pé e perna, ficando somente na região da coxa ou da coluna) ou numa maior amplitude de movimento do tronco. Alternativamente, o termo periferalização significa que as dores se espalham para segmentos mais inferiores do corpo ou as intensidade aumenta nessas regiões.

 

Quando é confirmada a presença de PD na avaliação, exercícios direcionais de tronco (método McKenzie) parecem ser a melhor forma de tratamento. Três ensaios clínicos aleatorizados de qualidade confirmam isso. O estudo de LONG ET al (2004) estudou 230 indivíduos com dor lombar (irradiada ou não para os segmentos abaixo) que apresentavam preferência direcional e os dividiu em três grupos: um que realizou exercícios direcionais respeitando a preferência direcional; o segundo que realizou exercícios direcionais na direção oposta à preferencial e; o terceiro que realizou exercícios genéricos. O tratamento consistiu de 3 a 6 sessões em 2 semanas, e o que se observou ao fim desse período foi uma melhora funcional e de dor significativamente maior que os outros dois grupos. De fato, 40% dos indivíduos relataram estarem completamente curados do problema da dorPETERSEN ET al (2011) estudaram 350 indivíduos com dor lombar com ou sem irradiação para segmentos inferiores que apresentavam centralização (PD) ou periferalização dos sintomas, com o mínimo de 6 semanas de duração da dor, e os dividiram em dois grupos de tratamento, sendo que um realizou exercícios direcionais e o outro recebeu técnicas de Manipulação Articular. Ao todo, o tratamento durou 12 semanas com, no máximo, 15 sessões de atendimento. Os resultados indicaram uma melhora de dor e funcionalidade significativamente maior no grupo que realizou exercícios direcionais, com uma redução da dor e melhora da capacidade funcional ao fim dos três meses de tratamento de cerca de 50%, estas se mantendo por, pelo menos, 1 ano. O terceiro estudo, de BROWDER ET al (2007), estudaram 48 indivíduos com dores lombares que irradiavam ou não para os segmentos inferiores, todos apresentando PD para o movimento de extensão do tronco, e os dividiram em dois grupos, um que realizou exercícios de direcionais de extensão do tronco e o outro que realizou exercícios de estabilização muscular. Em 4 semanas os participantes receberam 6 sessões de tratamento. Foi observado que o primeiro grupo obteve melhoras funcionais significativamente maiores que o segundo ao fim do tratamento, e uma melhora da dor de, aproximadamente, 50%. Esses ganhos foram mantidos por, pelo menos, 6 meses após o final do tratamento.

 

Em estudos que não selecionaram os pacientes com base na PD não se observa uma melhora tão significativa dos pacientes com o uso dos exercícios direcionais. Exemplos são os estudos de  CHERKIN ET al (1998)PETERSEN ET al (2002)MACHADO ET al (2010) e GARCIA ET al (2013).

 

Dessa forma, a presença de PD é um indicativo de que o uso dos exercícios direcionais de tronco tem alta probabilidade de trazer resultados significativos para pacientes com dor lombar com ou sem irradiação para a perna.

 

 

 

E como identificar a PD em indivíduos com dor lombar?

 

Pacientes que relatam que a dor ao ficarem sentados, dirigirem ou ao trabalharem no computador, mas que melhora ao ficarem de pé, caminharem ou se “alongarem” para trás estão sugerindo que têm uma preferência direcional para extensão. Outros podem dizer que tanto sentar quanto ficar de pé pioram ou periferalizam os sintomas, mas que ao inclinar o corpo para o lado consegue um alívio. Esses são exemplos de situações em que, provavelmente, há a presença de PD. Isso nem sempre é muito nítido, de forma que para a identificação da PD de forma consistente é necessário o encaminhamento a um Fisioterapeuta especializado em tratamento de coluna sendo este também o profissional a realizar, adequadamente, os exercícios direcionais de tronco.

 

Havendo indícios ou dúvidas a respeito da presença de PD em pacientes com dor lombar que tenham ou não irradiação para segmentos mais inferiores, o encaminhamento para um Fisioterapeuta especializado irá aumentar significativamente a probabilidade de melhora do paciente.






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